sábado, 9 de julho de 2011

Análise do Padrão de Interferência com Contração Máxima

Para a análise do padrão de interferência dos potenciais de ação de unidade motora, nós devemos mudar a velocidade de traçado de 10 ms por divisão para 100 ms por divisão. Com contração máxima a freqüência de disparo dos PAUM’s chega a 50 Hz e não se pode distinguir PAUM´s isolados devido à sobreposição de potenciais.

Em pessoas normais, toda a tela do osciloscópio é preenchida por potenciais de unidade motora, formando um feixe compacto chamado de padrão de interferência máximo ou completo. Em pacientes com miopatia, o padrão de interferência é normal porém com amplitude diminuída. Em processos de desenervação ocorre perda de unidades motoras e, conseqüentemente, surgem algumas falhas na seqüência de PAUM’s durante a contração máxima. Isto é chamado de padrão de interferência reduzido. Em casos de desenervação grave, apenas um PAUM dispara durante a contração máxima. Isto provoca um padrão uma seqüência de potenciais com varias falhas semelhantes a uma cerca de madeira, conhecida como atividade interferencial discreta.

A análise do padrão de interferência tem algumas limitações. A maior delas é que o examinador nunca pode avaliar com precisão se o paciente realmente está empregando sua força máxima, isto é, se a ativação dos PAUM’s está adequada. Isto ocorre mais freqüentemente secundário à dor ou falta de interesse do paciente em colaborar com o examinador.

Isto é comum em reações conversivas e em “malingering”. Doenças do neurônio motor superior também causam redução do padrão de interferência, por ausência de comando central para a contração. Adicionalmente, alguns músculos normais podem apresentar um padrão de interferência reduzido, principalmente o gastrocnêmio. Portanto, o examinador deve considerar estes fatores antes de interpretar o padrão de interferência como anormal. Estas limitações diminuem consideravelmente a importância da análise do padrão de interferência durante a EMG de agulha.

A maior pista para distinguir processos de desenervação de doenças centrais ou falta de colaboração do paciente é observar o padrão de recrutamento e a freqüência de disparo dos PAUM’s. Em doenças que cursam com desenervação, a freqüência de disparo é alta e o recrutamento diminuído, enquanto nas doenças centrais ou em casos de falta de colaboração, a freqüência de disparo estará baixa, devido à diminuição da ativação das unidades motoras e o recrutamento estará normal.

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