sábado, 9 de julho de 2011

Ondas Agudas Positivas

As ondas agudas positivas têm o mesmo significado eletrofisiológico das fibrilações. Elas são discutidas separadamente devido ao som e forma de onda diferente das fibrilações. Fisiopatologicamente, a diferença entre elas é que parece que as ondas agudas positivas são captadas quando a fase de repolarização do potencial de ação encontra-se muito lenta e o eletrodo de agulha está em contato com a fibra muscular afetada, enquanto as fibrilações parecem representar um potencial de ação conduzido normalmente com o eletrodo de agulha à distância.

As ondas agudas positivas caracterizam-se por uma deflexão inicial positiva (para baixo) e, ao contrário das fibrilações, são geralmente trifásicas. A duração varia de 10 a 100 ms, geralmente menor que 30 ms e a amplitude varia de 50 uV a 1 mV com agulhas monopolares. Assim como as fibrilações, as ondas agudas positivas originam-se de uma única fibra muscular hiperexcitável. Sua freqüência é regular e o som assemelha-se ao tic-tac de um relógio.

Características das Ondas Agudas Positivas
- duração de 10 a 100 ms (geralmente < 30 ms) - amplitude de 50 uV a 1 mV
- trifásicas com deflexão inicial positiva
- frequência regular (0.5 – 10 Hz)
- ruído semelhante ao tic-tac de um relógio
- originam-se de uma única fibra muscular hiperexcitável

Alguns autores acreditam que as ondas agudas positivas surgem um pouco antes das fibrilações nos processos de desenervação. É muito mais freqüente encontrarmos apenas ondas agudas positivas do que apenas fibrilações durante o exame de agulha. Entretanto, temos que ter atenção redobrada nestes casos, pois em casos de relaxamento incompleto do músculo, potenciais de unidade motora distantes podem simular morfologicamente ondas agudas positivas. A melhor maneira de diferenciá-los é observando a sua freqüência. Ela é regular nas ondas agudas positivas e discretamente irregular nos potenciais de unidade motora e, principalmente pelo som, que é diferente em cada um destes potenciais.

Assim, a seqüência natural de anormalidades eletrofisiológicas após duas semanas de dano da membrana muscular é:
• Aumento da atividade insercional com surtos não sustentados (menos que 2 segundos) de ondas agudas positivas induzidos por movimentos da agulha.
• Ondas agudas positivas que persistem por vários segundos.
• Ondas agudas positivas que se misturam com fibrilações.

A mesma classificação das fibrilações é utilizada para as ondas agudas positivas, com respeito ao número de potenciais. As causas também são idênticas (ver fibrilações).

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